Passeando pela Bahia e admirada com as belezas
daquela terra fui parar em Cumuruxatiba, distrito de Prado/BA. Segundo a história
contada pelas meninazinhas de lá, o nome da cidade em Tupi Guarani significa “a
grande diferença entre maré baixa e maré alta”. Isso porque o mar na vazante
chega a recuar tanto que podemos caminhar quase 500 metros mar a dentro até
encontrar a água.
Terra de Pataxó, povo bonito e aguerrido que,
infelizmente, assim como os outros povos indígenas brasileiros, ainda lutam por
um pedaço de terra e melhores condições para viverem sua cultura. Senti uma
grande saudade de Neti, Divino, Mainã, Tuíra, Gunga, Denga e um monte de outros
amigos Pataxós de Carmésia/MG que guardo na lembrança com carinho.
Tivemos sorte de encontrar em Cumuru os Chefs de
cozinha Adriano e Nice que, acompanhados de uma equipe muito simpática e bem
treinada, cozinharam divinamente os
pratos baianos que passamos a comer todos os dias.
![]() |
à direita os Chefs Adriano e Nice acompanhados da equipe |
A mandioca é rainha e está presente em grande
parte dos pratos, seja cozida, frita, triturada ou inteira. Mas não é dessa
majestade que quero falar agora.
No café da manhã, esta senhorita, representante
fiel da mistura bonita que deu nosso povo, me apresentou o Munguzá. Olhei, dei
uma cheiradinha para descobrir do que se tratava. Ela então, vendo a minha
ignorância disse que era um prato típico da Bahia feito de milho branco.
Ahhhhhhh bom! Porque não me disse antes? É
canjica, sô!
Nice me disse que por lá o Munguzá é feito com
coco ralado. Já aqui em Minas Gerais usamos o amendoim torrado e descascado.
O milho é da família Poaceae, assim como trigo, a aveia, o arroz, a cana-de-açucar, o
centeio, o sorgo, a cevada e o bambu, que não parece mas é uma gramínea. Importantíssimo
para o consumo humano e animal, os vestígios de domesticação do milho
encontrados pelos arqueólogos datam de mais de 7.000 anos. Pela idade desse
sujeito dá para imaginar a importância que tem em todo o mundo e as inúmeras maneiras
de consumo.
O milho branco, esse de fazer canjica, ainda é
bastante consumido aqui em Minas na época das festas juninas. No sul de São
Paulo, o município de Quadras é considerado a capital do milho branco. Comi
canjica também no Paraná. O Munguzá combina bem com as baixas temperaturas do inverno,
embora tenha comido no verão da Bahia (suando em bicas! Mas estava uma delícia)
A receita mineira de canjica é assim:
Serve 5 Porções
Ingredientes
250g de milho para canjica (½ pacote)
1 litro de água
2 cravos
250g de milho para canjica (½ pacote)
1 litro de água
2 cravos
1 canela em pau pequena
1/2 litro de leite
1 vidro de leite de coco (se gostar)
3 colheres (sopa) de açúcar ou 1 lata de leite condensado (usei açúcar)
1/2 litro de leite
1 vidro de leite de coco (se gostar)
3 colheres (sopa) de açúcar ou 1 lata de leite condensado (usei açúcar)
½ colher (café) de sal
50g de amendoim torrado, sem casca e levemente triturado
50g de amendoim torrado, sem casca e levemente triturado
Lave o milho branco e deixe de molho por 4 horas.
Na panela de pressão coloque o milho e a água. Se precisar acrescente mais água
até a metade dos grãos. Leve ao fogo por 15 minutos. Abra e veja se está macio.
Não deve ficar desmanchando, mas já deve estar cozido. Acrescente leite, sal, açucar (ou leite
condensado), canela, cravo e amendoim. Se gostar coloque leite de coco. Deixe
ferver sem tampar por 10 minutos ou até o caldo engrossar.
O sabor da canjica com amendoim é especial.Eu gosto de comer quente, mas há quem goste dela fria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário