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sábado, 4 de novembro de 2017

Feira dos pequenos produtores em BH




A Feira já passou, mas como acompanho este grupo achei que devia registrar aqui. E estava linda, com muita coisa legal. Os pequenos produtores organizados em grupos ou em cooperativas estavam, como sempre, resistindo e reafirmando a importância de um alimento produzido de forma agroecológica. A Feira apoia a economia popular e solidária., ideias fundamentais para o fortalecimento do pequeno produtor e dos processos democráticos. 

Então,comprei da Dona Vera um polvilho doce ótimo para fazer tapiocas. Vou postar aqui como faço porque muita gente me pergunta sobre isso, dizendo da dificuldade de hidratar o polvilho. É bem fácil e não tem mistério algum. Na próxima postagem. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Frisante de beterraba e morangos


Há algum tempo estou encantada pelos alimentos fermentados naturalmente. A inspiração vem de todas as partes e de muita gente conhecedora do assunto.

O processo de fermentação acontece quando os alimentos são transformados pela ação de bactérias e leveduras, liberando ácidos acético e lático e realizando outros processos, dependendo do alimento fermentado.

Embora haja um modismo e afirmações do poder milagroso da fermentação natural ela nada mais é que a pré digestão dos alimentos pelas bactérias e leveduras, tornando os nutrientes mais biodisponíveis, produzindo nutrientes adicionais e até mesmo eliminando toxinas dos alimentos (como os fitatos encontrados em todos os cereais, leguminosas, sementes e nozes, o ácido oxálico e o nitrato encontrados nos vegetais). 

Com isso criamos comidas e bebidas bem saborosas. Bem, nem todas. Não tive boa experiência com o chucrute que com aquele cheiro forte do repolho, picante e ácido quase me derrubou. Hoje prefiro fermentar outros alimentos e deixar o repolho, a couve flor e o brócolis para os fortes.

Comprei lá na feira de orgânicos do Instituto Kairós em  Macacos - São Sebastião das Águas Claras/MG - (link na coluna ao lado) a beterraba e como as frutas vermelhas combinam muito bem com ela, resolvi misturar com morangos que havia ganhado e consegui fazer uma bebida fermentada frutada, gaseificada naturalmente, frisante, pouco ácida e bem suave. A receita é simples:

Frisante de beterraba com morangos (orgânicos)
1 copo de beterrabas cruas cortadas em pedaços pequenos (melhor é ralada)
1 copo de morangos cortados e sem os cabinhos
1/3 do copo de algum adoçante ( açucar cristal, mascavo, demerara)
1 colher de sopa de limão 
1 colher de sopa do líquido do keffir de água, soro de yogurte ou kombucha (opcional. Ele irá acelerar o processo)
5 copos de água filtrada ( menos clorada possível)

Juntei tudo em uma vasilha de vidro, louça ou inox de boca larga. Misturei bem com uma colher de inox, tampei a boca do recipiente com um pano limpo e prendi com uma gominha para fechar. Os mosquitinhos adoram esse líquido quando começa a fermentar, então nunca o deixe destampado. Não lacre a boca com tampas que vedam porque essa primeira fermentação necessita de oxigênio.

Deixe em um lugar menos frio da cozinha. Mexa sempre o líquido para que as frutas não permaneçam apenas na superfície e para oxigenar a bebida. No segundo ou terceiro dia, dependendo da temperatura do ambiente, você verá bolinhas brancas na superfície. A fermentação irá aumentar e terá um cheiro adocicado da fruta e da beterraba. O cheiro é bom e nunca desagradável.

A beterraba e o morango perdem a cor, mas podem ser consumidos em sucos e saladas porque ainda estão gostosos. A melhor forma de usar a beterraba para iniciar a fermentação é ralada, aumentando assim a superfície de contato com a água, evitando mofo. Vou ralar na próxima!






Caso não tenha usado o keffir, soro do yogurte nem kombucha a fermentação demora um pouco mais para iniciar. Não se preocupe. Mexa várias vezes por dia e espere.

Depois de cinco dias o líquido estava fermentado e sem bolhas. Coei e acrescentei 5 g de açúcar para cada litro da bebida e engarrafei em garrafas de vidro esterilizada, dessas garrafas de cerveja com tampas que lacram, mas pode ser pet de refrigerante. O açúcar vai manter a fermentação ativa e com a garrafa fechada a bebida que irá carbonatar (produzir gás carbônico) vai ficar frisante. Tampei e deixei a garrafa em temperatura ambiente por 12 horas. Após este tempo guardei na geladeira por 2 dias. Não deixe fora da geladeira sob o risco de explodir.

O mais importante do processo da fermentação natural é a observação. Então observe sempre.

Frisante!


Tim Tim e Saúde!!!




domingo, 9 de outubro de 2016

Conserva de amora



A amoreira, amora preta, black mulberry, persian mulberry, amora de árvore ou conhecida também em por amoreira negra é motivo de alegria aqui do bairro. Só nas ruas mais próximas daqui de casa contei  sete árvores produzindo e sempre com alguém em baixo. 

A espécie mais comum no Brasil é a Morus nigra, cujos frutos são quase negros e o sabor mais ácido. A planta é da família da Moraceae, a mesma da jaqueira ( pode acreditar!!). 
Na medicina chinesa as plantas do gênero Morus são usadas para cura de muitas doenças. No Brasil, há algum tempo, se divulgou bastante o uso das folhas da amoreira para amenizar os sintomas da menopausa. É muito rica em antocianinas ( que evita a produção de radicais livres) e antioxidantes.  Tanto folhas quanto frutas verdes e rosadas são comestíveis após o preparo correto. 

A amora é fruta de origem asiática, mas pode ser encontrada em todo Brasil. Nasce quando quer e onde quer. Sua dispersão é feita pelos passarinhos que também as comem com muita animação fazendo uma algazarra nas árvores e pintando o chão. 

Fomos colher frutas e encontramos algumas maduras, mas a maioria em processo de amadurecimento ainda rosadas. Fiquei pensando em o que fazer com elas  já que estavam um pouco duras, rosadas e ácidas. Procurando receitas aqui e ali achei uma de conserva para comer com saladas. As mais maduras fiz um doce com abacaxi para comer no pão, no sorvete ou com carnes. 

Diariamente passo por duas das árvores e sempre, mas sempre mesmo, tem pés (de gente) embaixo catando uma frutinha. O mais engraçado é que a árvore promove um certo encontro social e adultos e crianças estão sempre conversando e comendo. 
Acho muito divertido!

Doce de abacaxi com amora 
2 xicaras de abacaxi picado
1 xícara de amoras maduras
1 xícara de açucar
1/2 xícara de água
misture todos ingredientes e deixe ferver, mexendo de vez em quando. Deixe o abacaxi desmanchar um pouco até acabar a água da panela. 
Fica um doce mais consistente com mais fibras. 

Conserva de amora (um pouco maduras como as da foto)
1 copo (lagoinha) de amora
1/2 copo de vinagre de maçã ou vinho branco
1/2 copo de água
1 colher (sopa) de açucar
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de especiarias como grãos de coentro, pimenta do reino preta, pimenta rosa, louro, folhas de manjericão e cravo.

Esterilize o vidro com água fervendo e seque no forno. Ferva os ingredientes sem as amoras por 2 minutos. Coloque as amoras sem cabinho e ferva por mais 5 minutos. Desligue e deixe esfriar. Coloque a conserva no vidro e tampe com uma tampa nova (compre tampas novas para vidro em casas de festas).
Conserve na geladeira e use em saladas. 



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Acerola do quintal




A acerola nos quintais do meu bairro estão a todo vapor. E não é que chegou aqui em casa, enviado por uma vizinha, um saquinho cheio delas!!!
Sempre que ganho congelo as frutinhas depois de lavá-las e tenho por um bom tempo. Na hora de usar é só bater no liquidificador congelada mesmo e coar. A cor é linda, o cheiro é delicioso e o sabor é perfumado. 

Fruta poderosa por causa da enorme quantidade de vitamina C, prima da pitanga,  a acerola (Malpighia glabra L) é da família das Mirtáceas. Embora muito bem adaptada em nosso país não é de origem brasileira e sim das Antilhas. Segundo as pesquisas da Universidade Federal de Pernambuco, a cada 100 gramas de acerola temos 1.000 a 5.000 miligramas de vitamina C. Para comparar com a laranja que a cada 100 gramas temos 50 miligramas de vitamina C. Isso é de 20 a 100 vezes a mais de vitamina.

Então já sabemos: para se ter saúde 10 gramas da frutinha é suficiente, mas como a gente não quer só saúde quer prazer também, um copo bem grande de suco de acerola vai fazer sucesso. 


domingo, 8 de novembro de 2015

Pudim de leite condensado

A minha calda não estava totalmente fria e ficou mais líquida que devia
É engraçado como alguns pratos resistem ao modismo e continuam fazendo muito sucesso. É o caso do pudim de leite condensado que aprendi com Dona Maria no dia que comi o  frango com quiabo feito por ela.

Então, para todos que me pediram a receita:

Pudim de leite condensado
4 ovos
1 lata de leite condensado
1 1/2 lata de leite ( medida da lata de leite condensado)
1 colher rasa (sobremesa) de maisena

para a calda
3 colheres (sopa) de açucar
Nozes ou avelãs picadas grosseiramente (opcional)

Comece pela calda para que dê tempo de esfriar e endurecer. Coloque na forma redonda com cone no meio (a minha mede 20 cm de diâmetro) as colheres de açucar e acenda a chama do fogão. Coloque a forma sobre a chama e derreta o açucar até ficar dourado. Reserve
Cuidado! A forma esquenta bastante.

Passe os ovos inteiros na peneira para tirar aquela membrana. É importante este processo para evitar sabor e cheiro desagradáveis de ovo. Coloque no liquidificador todos os ingredientes e bata até ficar homogêneo.

Despeje a mistura na forma caramelizada. O açucar da forma deve estar frio. Coloque na panela de pressão ( a minha mede 25 cm de diâmetro) 3 copos americanos de água e insira a forma com o pudim.A água deverá ficar no máximo na metade da forma. Feche a tampa e após 15 minutos depois que começar a fazer barulho, deligue. Deixe esfriar sem abrir a tampa. Retire o pudim da panela com cuidado, sem deixar entrar água e coloque na geladeira por no mínimo 1 hora. Depois desse tempo, coloque um prato maior que a forma e que possa receber a calda  e vire o pudim. Coloque as nozes ou as avelãs se quiser. Eu não coloquei. Serve 5 pessoas que gostem de doce.

Muito simples e fácil.





quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Bertalha Couve de Cerca

pezinho de bertalha couve de cerca antes de virar trepadeira

a cerca verde de bertalha do vizinho 

A Bertalha conheço bastante. Tenho comido há tempos e agora ofereço folhinhas cozidas com legumes para a neném. Ela come fazendo hummmmmm!

Das verduras não acho a mais gostosa, mas o sabor terroso e não picante é interessante. É uma planta mucilaginosa ( tem visgo) e quando cortada e refogada faz lembrar o quiabo e o ora-pro-nobis. Por causa disso prefiro comer as folhas cruas na salada, juntamente com outras,  mas pode ser consumida em sopas, suflês, risotos, com ovos pouchê, caldos, bolinhos e até em pães (folhas batidas ou secas e moídas, e acrescentadas à massa ). Suas inflorescências jovens, hastes e os frutos roxinhos são comestíveis. Aliás, a parte carnosa dos pequenos frutos da bertalha possuem a betalaína, uma substância existente em algumas plantas que é atóxica e solúvel em água. Um pigmento poderoso encontrado também na beterraba, na pitaia. e na flor de amaranto que pode ser utilizado para colorir gelatina, agar-agar e doces. Uma hora vou testar.

Encontrei nos livros cinco tipos: Bertalha Coração (Anredera Cordifolia); B. do Cabinho Roxo (Anredera Krapovickasii); B. Manteiga (Anredera Marginata); B. crocante (Anredera Tucumanensis) e a B. Couve de Cerca (Basella Alba). Todas elas são trepadeiras e podem ser encontradas no Brasil. É cultivada na América do Sul, África tropical, Caribe,  Índia, Malásia e Filipinas.

No Brasil nunca encontrei para vender, mas me disseram que no Rio de Janeiro é  bastante consumida. Aqui em BH vejo apenas em quintais como cercas vivas e em pequenas hortas domésticas. A espécie que encontro em um quintal aqui perto é a Bertalha Couve de Cerca, conhecida também por espinafre de malabar, espinafre do ceilão, couve mimosa, folha tartaruga. Apesar do nome popular, com espinafre não parece nada, muito menos com a couve.

Todo ano a cerquinha do quintal do vizinho desaparece embaixo da bertalha e quando ele vai limpar, lá estou eu. Comi uma vez em Salvador/BA um Caruru porreta que além de bertalha levava quiabo, cebola, taioba, capeba, castanha de caju, amendoim, dendê, leite de coco, camarão seco e pimenta, é claro. Acompanhava farinha de mandioca. Um manjar delicioso.

Ainda não fiz o caruru, mas fiz uma salada bem grande juntando muitas folhas diferentes e comi com pão de grãos e omelete de queijo Canastra curado. E como se anda falando aqui em casa: hummmmmmmm estava muito bom!!

Fui buscar bertalha e ganhei alface, almeirão, rúcula e azedinha
para a salada. Hummmmm!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mostarda picante feita em casa


sementes de mostarda escura e amarela
Há tempos queria fazer Mostarda para comer com salada, pão, linguiça ou salsicha alemã, mas só encontrava as sementes amarelas. O condimento feito desta mostarda é gostoso também, mas um pouco menos saborosa e mais picante do que o feito com a mostarda escura. Encontrei a semente escura no mercado do Cruzeiro (BH). E por acaso conversei com uma amigo francês que me contou que na França a mostarda é ingrediente tão importante que, em uma determinada época, alguns Reis tinham seu próprio mostardeiro, o que os possibilitava comer esse condimento ao longo de todo ano, além de variá-lo acrescentando outros ingredientes.

Mas procurando vi receitas que acrescentavam aos grãos da mostarda ingredientes variados como alho, pimentas, castanhas e também  misturando os grãos escuros e os amarelos. A receita que usei foi esta.

Mostarda de sementes escuras

3 colheres (sopa) de  grãos escuros de mostarda 
1 colher (sopa) de melaço ( pode ser mel, melado ou até mesmo açucar mascavo)
2 colheres (sopa) de vinagre
1/2 colher (chá) de cúrcuma  (açafrão da terra)
pitada de sal
água para cobrir os grãos

Comece deixando as sementes na água por 24 horas. Se for usar a amarela, deixe 48 horas.
Depois desse tempo, coloque os grãos sem a água em um processador e acrescente os outros ingredientes. Bata somente até quebrar os grãos. Se quiser uma pasta lisa, bata bastante, mas o bonito é deixar os grãozinhos inteiros. Se precisar acrescente uma colher (sopa) de água para ajudar a bater. 

Se gostar muito, mas muito de pimenta, acrescente uma pitada de páprica ou mesmo gotas de malagueta.





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