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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Acerola do quintal




A acerola nos quintais do meu bairro estão a todo vapor. E não é que chegou aqui em casa, enviado por uma vizinha, um saquinho cheio delas!!!
Sempre que ganho congelo as frutinhas depois de lavá-las e tenho por um bom tempo. Na hora de usar é só bater no liquidificador congelada mesmo e coar. A cor é linda, o cheiro é delicioso e o sabor é perfumado. 

Fruta poderosa por causa da enorme quantidade de vitamina C, prima da pitanga,  a acerola (Malpighia glabra L) é da família das Mirtáceas. Embora muito bem adaptada em nosso país não é de origem brasileira e sim das Antilhas. Segundo as pesquisas da Universidade Federal de Pernambuco, a cada 100 gramas de acerola temos 1.000 a 5.000 miligramas de vitamina C. Para comparar com a laranja que a cada 100 gramas temos 50 miligramas de vitamina C. Isso é de 20 a 100 vezes a mais de vitamina.

Então já sabemos: para se ter saúde 10 gramas da frutinha é suficiente, mas como a gente não quer só saúde quer prazer também, um copo bem grande de suco de acerola vai fazer sucesso. 


domingo, 8 de novembro de 2015

Pudim de leite condensado

A minha calda não estava totalmente fria e ficou mais líquida que devia
É engraçado como alguns pratos resistem ao modismo e continuam fazendo muito sucesso. É o caso do pudim de leite condensado que aprendi com Dona Maria no dia que comi o  frango com quiabo feito por ela.

Então, para todos que me pediram a receita:

Pudim de leite condensado
4 ovos
1 lata de leite condensado
1 1/2 lata de leite ( medida da lata de leite condensado)
1 colher rasa (sobremesa) de maisena

para a calda
3 colheres (sopa) de açucar
Nozes ou avelãs picadas grosseiramente (opcional)

Comece pela calda para que dê tempo de esfriar e endurecer. Coloque na forma redonda com cone no meio (a minha mede 20 cm de diâmetro) as colheres de açucar e acenda a chama do fogão. Coloque a forma sobre a chama e derreta o açucar até ficar dourado. Reserve
Cuidado! A forma esquenta bastante.

Passe os ovos inteiros na peneira para tirar aquela membrana. É importante este processo para evitar sabor e cheiro desagradáveis de ovo. Coloque no liquidificador todos os ingredientes e bata até ficar homogêneo.

Despeje a mistura na forma caramelizada. O açucar da forma deve estar frio. Coloque na panela de pressão ( a minha mede 25 cm de diâmetro) 3 copos americanos de água e insira a forma com o pudim.A água deverá ficar no máximo na metade da forma. Feche a tampa e após 15 minutos depois que começar a fazer barulho, deligue. Deixe esfriar sem abrir a tampa. Retire o pudim da panela com cuidado, sem deixar entrar água e coloque na geladeira por no mínimo 1 hora. Depois desse tempo, coloque um prato maior que a forma e que possa receber a calda  e vire o pudim. Coloque as nozes ou as avelãs se quiser. Eu não coloquei. Serve 5 pessoas que gostem de doce.

Muito simples e fácil.





quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Bertalha Couve de Cerca

pezinho de bertalha couve de cerca antes de virar trepadeira

a cerca verde de bertalha do vizinho 

A Bertalha conheço bastante. Tenho comido há tempos e agora ofereço folhinhas cozidas com legumes para a neném. Ela come fazendo hummmmmm!

Das verduras não acho a mais gostosa, mas o sabor terroso e não picante é interessante. É uma planta mucilaginosa ( tem visgo) e quando cortada e refogada faz lembrar o quiabo e o ora-pro-nobis. Por causa disso prefiro comer as folhas cruas na salada, juntamente com outras,  mas pode ser consumida em sopas, suflês, risotos, com ovos pouchê, caldos, bolinhos e até em pães (folhas batidas ou secas e moídas, e acrescentadas à massa ). Suas inflorescências jovens, hastes e os frutos roxinhos são comestíveis. Aliás, a parte carnosa dos pequenos frutos da bertalha possuem a betalaína, uma substância existente em algumas plantas que é atóxica e solúvel em água. Um pigmento poderoso encontrado também na beterraba, na pitaia. e na flor de amaranto que pode ser utilizado para colorir gelatina, agar-agar e doces. Uma hora vou testar.

Encontrei nos livros cinco tipos: Bertalha Coração (Anredera Cordifolia); B. do Cabinho Roxo (Anredera Krapovickasii); B. Manteiga (Anredera Marginata); B. crocante (Anredera Tucumanensis) e a B. Couve de Cerca (Basella Alba). Todas elas são trepadeiras e podem ser encontradas no Brasil. É cultivada na América do Sul, África tropical, Caribe,  Índia, Malásia e Filipinas.

No Brasil nunca encontrei para vender, mas me disseram que no Rio de Janeiro é  bastante consumida. Aqui em BH vejo apenas em quintais como cercas vivas e em pequenas hortas domésticas. A espécie que encontro em um quintal aqui perto é a Bertalha Couve de Cerca, conhecida também por espinafre de malabar, espinafre do ceilão, couve mimosa, folha tartaruga. Apesar do nome popular, com espinafre não parece nada, muito menos com a couve.

Todo ano a cerquinha do quintal do vizinho desaparece embaixo da bertalha e quando ele vai limpar, lá estou eu. Comi uma vez em Salvador/BA um Caruru porreta que além de bertalha levava quiabo, cebola, taioba, capeba, castanha de caju, amendoim, dendê, leite de coco, camarão seco e pimenta, é claro. Acompanhava farinha de mandioca. Um manjar delicioso.

Ainda não fiz o caruru, mas fiz uma salada bem grande juntando muitas folhas diferentes e comi com pão de grãos e omelete de queijo Canastra curado. E como se anda falando aqui em casa: hummmmmmmm estava muito bom!!

Fui buscar bertalha e ganhei alface, almeirão, rúcula e azedinha
para a salada. Hummmmm!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mostarda picante feita em casa


sementes de mostarda escura e amarela
Há tempos queria fazer Mostarda para comer com salada, pão, linguiça ou salsicha alemã, mas só encontrava as sementes amarelas. O condimento feito desta mostarda é gostoso também, mas um pouco menos saborosa e mais picante do que o feito com a mostarda escura. Encontrei a semente escura no mercado do Cruzeiro (BH). E por acaso conversei com uma amigo francês que me contou que na França a mostarda é ingrediente tão importante que, em uma determinada época, alguns Reis tinham seu próprio mostardeiro, o que os possibilitava comer esse condimento ao longo de todo ano, além de variá-lo acrescentando outros ingredientes.

Mas procurando vi receitas que acrescentavam aos grãos da mostarda ingredientes variados como alho, pimentas, castanhas e também  misturando os grãos escuros e os amarelos. A receita que usei foi esta.

Mostarda de sementes escuras

3 colheres (sopa) de  grãos escuros de mostarda 
1 colher (sopa) de melaço ( pode ser mel, melado ou até mesmo açucar mascavo)
2 colheres (sopa) de vinagre
1/2 colher (chá) de cúrcuma  (açafrão da terra)
pitada de sal
água para cobrir os grãos

Comece deixando as sementes na água por 24 horas. Se for usar a amarela, deixe 48 horas.
Depois desse tempo, coloque os grãos sem a água em um processador e acrescente os outros ingredientes. Bata somente até quebrar os grãos. Se quiser uma pasta lisa, bata bastante, mas o bonito é deixar os grãozinhos inteiros. Se precisar acrescente uma colher (sopa) de água para ajudar a bater. 

Se gostar muito, mas muito de pimenta, acrescente uma pitada de páprica ou mesmo gotas de malagueta.





quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Baru no bolo de chocolate

Finalmente consegui ir ao Mercado Central (BH). Passei por lá umas 4 horas, andando, admirando, cheirando, escolhendo e descobrindo coisas novas.
Fui lá  comprar semente de Baru para fazer um bolo para minha amiga Dani que acaba de voltar ao Brasil, depois de uma pesquisa de Doutorado muito interessante, no Canadá,  sobre Agricultura Urbana.

Sabia que ela ia gostar do bolo "chocolatudo" que aprendi, mas queria usar o Baru ao invés das Nozes Pecan. E parece que acertei o gosto da turma. O bolo na verdade é um brownie e que servi com sorvete de maracujá, que combinou muito bem por conta do ácido da fruta em contraste com o chocolate 54% cacau.

Comprei a castanha de Baru crua  com casca e assei em casa. Dá um cheirinho de amendoim quando está no forno, mas o sabor é bem longe do amendoim. A árvore de Baru (Dipteryx alatana) é nativa do cerrado brasileiro e seu fruto tem uma casca dura e no interior a amêndoa. Lá para os lados de Paracatu MG o chamaram de cumbaru, emburena brava e pau cumaru. Pode ser encontrado em Goiás, Mato Grosso e aqui em Minas. Além da castanha, é possível comer a polpa do fruto que serve para produzir bolos e geléias, além da casca servir como um excelente carvão. Ou seja, a planta tem um grande potencial para uso comercial por agricultores familiares, mas infelizmente encontra-se em extinção porque tem sido retirada, como todo nosso cerrado, para plantação de eucalipto e soja.

árvore de Baru  carregada no cerrado destruído de Paracatu

Baru no pé
 


Para quem quiser ver um belo catálogo do cerrado que mostra o Baru  Brasil no Salone del Gusto - Itália 2008 ou o Slow Food Brasil Fortalezas 

Bolo (brownie) de chocolate com castanha de baru
300g chocolate Meio Amargo 54% cacau
165g manteiga sem sal
5 ovos brancos (250g) em temperatura ambiente
280g açúcar refinado (diminua mais 10% se for usar chocolate com menor quantidade de cacau)
150g farinha de trigo
1/2 colher de chá de sal
150g de castanha de baru assada, sem pele e cortadas ao meio (assei por 25 minutos com casca em forno a 80°C).

Derreter o chocolate e a manteiga em banho maria, sem que a água encoste na panela e sem que o vapor saia, em fogo baixo.
Misturar ovos com açúcar e adicionar à mistura de chocolate, que deve estar em temperatura ambiente (aproximadamente 25°C)
Misturar farinha peneirada, sal e baru delicadamente no chocolate apenas até incorporar. Não misture muito porque não queremos ativar o glúten. O brownie é um bolo um pouco molhadinho por dentro e firme. Perceba que não usei nenhum fermento. É assim mesmo.
Cobrir uma forma de 30 cm (ou aproximada) com papel manteiga e untar levemente com manteiga, colocando a massa sobre ela enquanto ainda estiver quente. A forma tem que ter borda alta porque cresce um pouco. Na minha forma, a massa ocupou 3cm de altura e achei bom. Você pode adicionar à massa uma colher de chá de infusão de baunilha, como eu fiz ou uma dose de café coado forte ou também 30ml de whisky. 

Usei um forno elétrico pequeno e por isso pré aqueci e assei a 100°C por 20 minutos, mas se usar forno comum grande, leve para assar em forno pré aquecido a 170°C por 25 a 35 minutos ou até que o palito saia levemente sujo do centro do bolo.  A massa assada racha por cima e dá um brilho lindo. 

Rende 15 pedaços que somem em 5 minutos




Podem acreditar: não deu tempo de tirar foto!!! Só essa aí do dia seguinte, restos finais, que ficou péssima porque o bolo já não estava em seu estado radiante....Mas garanto que fica lindão e saborossímo!! 







VOLTEI !!!


Estive fora. Fui ali gestar, parir, cuidar...

Apesar de não conseguir escrever, tive muitas experiências culinárias novas, descobertas de alimentos incríveis que vou postar aos poucos aqui.

Esperei a Primavera chegar para florir com ela e voltar.

Flores para comemorar a primavera




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